segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Reflexões de final de ano

O ano está terminando e é inevitável as reflexões sobre o que foi feito ao longo dos últimos meses, o que deu certo e o que foi um erro. Eu posso dizer que tenho conseguido manter o ritmo da universidade apesar das dificuldades e dos muitos outros compromissos que me vejo obrigado a aceitar. Sei de muitos colegas meus que estão tendo dificuldade com isso, na verdade, já há uma discussão entre eu e outros colegas sobre como seria possível ajudá-los nesse sentido. Da minha parte eu tenho que conciliar a minha vida acadêmica com as dificuldades do dia-a-dia, principalmente em relação a dinheiro. Eu ainda tenho que conciliar tudo isso com as lutas políticas em que me envolvi. Não reclamo dessa dificuldades, essas lutas políticas, principalmente em relação ao Acampamento Maria Júlia Braga: O Quilombo do Século XXI e sua luta pela construção da moradia na UFF, me permitiram um crescimento muito grande em termos pessoais, crescimento esse que eu jamais teria tido se tivesse me isolado das lutas políticas. Até hoje eu me lembro da minha hesitação quando me disseram que eu teria que ir ocupar a Casa do Estudantes Fluminense (CEF) naquele momento, uma tarde de domingo, se eu não tivesse vencido os meus medos e hesitações provavelmente nem estaria na universidade hoje. Isso foi a mais de três anos, mas sempre me lembro disso quando bate um certo cansaço de lutas políticas que parecem não levar a lugar nenhum. Quando algo assim acontece eu sempre penso que essas lutas sempre servem para algo, nem que seja para nós mesmos e nosso crescimento enquanto pessoas.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Mais uma vez o ENADE

Extraído do site:http://noticias.terra.com.br/educacao

ENADE TEM O MENOR ÍNDICE DE ABSTENÇÃO EM 4 ANOS


Dos 560 mil estudantes convocados para participar no último domingo do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), 13,2% não compareceram aos locais de prova. O índice de abstenção é o menor registrado desde 2004, quando o exame foi criado. O Enade é obrigatório e quem não faz a prova fica sem diploma no final do curso. Entre as 30 áreas avaliadas, Pedagogia foi o curso que apresentou menor abstenção, com 11% de faltosos. Já os alunos dos cursos de Tecnologia em Construção de Edifícios foram os que mais faltaram 34%.
Nas edições anteriores, o Ministério da Educação criou uma comissão para avaliar as justificativas de falta dos estudantes, apesar de não haver nenhuma obrigação legal para isso.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, ainda não há previsão para que a comissão seja instalada este ano.
Quem faltou à prova precisa esperar até a edição de 2009 do Enade para regularizar sua situação e retirar o diploma. O boletim de desempenho dos participantes do Enade 2008 serão divulgados somente em julho do ano que vem. O gabarito das provas está disponível na página do Inep.


COMENTO: Eu participei do ENADE no meu primeiro período na UFF. Naquela época já havia a campanha do boicote e eu participei dela deixando a prova em branco. Existe uma grande falta de debate sobre essas questões envolvendo a avaliação das instituições de ensino superior no Brasil. Eu sei de muitas pessoas que boicotam o ENADE sem nem saber direito o porquê disso, outras fazem a prova também pelo mesmo motivo. Eu sou a favor do boicote, pois entendo que é um absurdo o governo insistir em colocar no mesmo saco universidades públicas e particulares, principalmente aquelas que não tem a mínima preocupação com pesquisa e extensão e frequentemente são meras fábricas de diplomas para quem se dispuser a pagar por eles. Sem dizer que existem casos de "universidades" que só tiram notas baixas por anos a fio e continuam atuando. O que mais irrita mesmo é o uso do ENADE como parâmetro de excelência por universidades particulares que estão longe disso. É claro que não dá para avaliar uma universidade por um prova, mas a insistência em usar desse parâmetro só mostra a política de um governo que trata a educação de maneira superficial irresponsável. Em vez de vê-la como um dado fundamental na construção de uma sociedade menos desigual, trata-se da educação como uma mercadoria, comparada em "testes de qualidade" homogeneizdores.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Fim de ano e resultado de eleições

O ano letivo está acabando na UFF e eu já estou me vendo pensando na vida pós-formatura. A minha idéia de me formar em cinco anos, ou seja, no final de 2009 continua de pé e começo a pensar em como vai ser a minha vida depois disso. Os caminhos estão colocados, entrar no mercado de trabalho através de algum concurso público ou emprego na área privada, talvez tentar um mestrado aqui na UFF ou em outra universidade. As escolhas vão estar a minha disposição e é preciso pensar nisso desde já. É claro que isso está colocado para todo mundo e fico pensando na angústia de algumas pessoas ao ter que lidar com o fim de um ciclo em suas vidas. Existe um texto chamado "A miséria do meio estudantil" que discorre muito bem sobre essas questões a respeito de como um estudante encara essa situação em que precisa decidir como colocar-se diante da sua vida. Esse texto é muito interessante, pois faz uma boa crítica às ilusões que os estudantes mantém durante boa parte do tempo em que se encontra na universidade. Para concluir, uma nota rápida sobre o resultado da eleição para o DCE: o coletivo "Nós Não Vamos Pagar Nada" obteve um vitória eleitoral e política, pois dentro dos seus parâmetros de atuação conseguiu que a eleição tivesse quórum e teve 64% dos votos. Nós que montamos a anti-chapa 4: Fora Salles! O CUV não nos representa! Pela contrução da Assembléia Comunitária na UFF já! nem mesmo fizemos campanha e obtivos 60 votos. O mais curioso é que eu creio ter sido o único da minha chapa que votou na eleição, um companheiro de luta meu até brincou dizendo que deveríamos fazer uma campanha do tipo: Cadê os outros 59, para saber quem mais votou em nós. Enfim, a eleição passou, assim como o ano político, vamos ver o que nos aguardo o ano que vém.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

SECRETÁRIA CLÁUDIA COSTIN CONFIRMA O FIM DA APROVAÇÃO AUTOMÁTICA

Escolhida para a Educação, a economista foi ministra do governo FH. Especialista em gestão pública, ela tem perfil técnico, segundo Paes.


O prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB) anunciou oficialmente o nome da paulistana Cláudia Costin para ocupar a Secretaria de Educação. Segundo ele, uma escolha técnica. Cláudia foi ministra da Administração Pública e Reforma do Estado, em 98 e 99 e secretária de Cultura de São Paulo, entre janeiro de 2003 a maio de 2005. Especialista em gestão de políticas públicas, ela explicou que não é filiada a qualquer partido.

"Quando trabalhei como ministra ou secretária, o governo do PSDB era coligado ao PMDB", disse Cláudia, que é, atualmente, vice-presidente da Fundação Victor Civitta.

Segundo Pedro Paulo, chefe da Casa Civil, que pela manhã confirmou o nome da secretária, desde a campanha o prefeito eleito já tinha dito que poria um técnico na Secretaria de Educação.

FIM DA APROVAÇÃO AUTOMÁTICA

Embora tenha dito que vai manter o regime de ciclos nas escolas, Cláudia disse que é contra a aprovação automática. Ela pretende rever o sistema de ensino e introduzir o reforço escolar.

"Criança tem de aprender. Os ciclos continuam, mas não será mais proibido repetir de ano. Vamos introduzir o reforço escolar", disse a nova secretária, afirmando que o Rio tem um grande números de mestres e doutores e bons professores nas universidades, que vão ajudar a melhorar a qualificação dos professores do ensino básico.

Cláudia também disse que quer triplicar o número de vagas nas creches e investir na leitura e na pré-escola. A nova secretária disse que vai ampliar o número de escolas que funcionam em horário integral.

"Meu maior desafio é conseguir fazer com que as crianças aprendam",disse a secretária.


COMENTO: Eu me lembro do meu professor de TMH (Teoria Métodos e Historiografia), no segundo período, falando de como a inovação no modelo de ensino que resultaria no fim da reprovação automática acabou se pervertendo no que hoje é chamado de aprovação automática. A idéia original era criar meios para apoiar os alunos que iam mal na escola, seja a partir de um acompanhamento individual de sua situação por parte dos professores, com aulas de reforço para corrigir para corrigir as suas deficiências, bem como muitas outras medidas para criar um ambiente capaz de minorar as suas dificuldades. Falava-se também em turmas com no máximo 25 alunos, o que permitiria ao professor uma melhor condição de acompanhar os seus alunos. É claro que tudo isso implicava em investir pesado em educação, acabar com a falta de professores nas escolas, melhorar seus salários e suas condições de trabalho, além de melhor qualificá-los. A aprovação automática era apenas parte do processo, mas é claro que a demagogia dos nossos governantes só se preocupou com o que não demandava esforços e investimentos e só colocou em prática a aprovação automática. O resultado foi isso que se viu: estudantes terminando o ensino fundamental praticamente analfabetos, enquanto isso a prefeitura do Rio de Janeiro gasta meio bilhão de reais com um Cidade da Música que, parece, vai se transformar no novo elefante branco da cidade. O que está colocado agora é saber se o fim da aprovação automática vai resultar na volta da reprovação automática, o que seria apenas trocar um problema por outro.

Apuração das eleições no DCE-UFF

Nesse momento ainda está ocorrendo a apuração dos votos das eleições que foram realizadas para o DCE da UFF. Eu não faço a menor idéia de como andam essas apurações, mas logo os resultados serão divulgados e teremos uma noção de quem vai controlar os cargos da diretoria dessa entidade que se coloca como representativa dos estudantes. O mais importante, a meu ver, vai ser saber quantos decidiram votar. Eu nem me preocupo com a quantidade de votos que possa ter recebido a Anti-Chapa da qual participei: Fora Salles! O CUV não nos representa! Pela contrução da Assembléia Comunitária na UFF já! Afinal nós nem fizemos campanha mesmo, caímos fora logo que percebemos o tipo de eleição que iria ser, totalmente sem qualquer chance de se tentar algum tipo de politização do debate. Parece que além do débil e esvaziado debate no Gragoatá ainda houve um no interior, mas o fato é que a despolitização foi a tona, o que é claro favorece quem só está preocupado com a ocupação de espaços na burocracia universitária. De qualquer forma vai ser interessante saber dos resultados, até para avaliar como vão se comportar os agrupamentos políticos daqui por diante.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Eleiçoes no DCE-UFF 3

Aqui em Niterói já se encerrou a votação para as eleições no DCE-UFF, ainda vamos ter no interior hoje. Agora à pouco eu li o e-mail de uma pessoa que estuda em Rio das Ostras a respeito do processo eleitoral por lá e da atuação do que chamamos de Burocracia Estudantil por lá. Eu fico imaginando como são as discussões políticas num campus sempre isolado das principais decisões que são tomadas na universidade. Se aqui em Niterói, onde estamos perto da REItoria e de todas as decisões nós vivemos um processo tão despolitizado imagina como não foi lá. As apurações de voto ainda não começaram, mas pela festança e gritaria que eu ouvi ontem imagino que o pessoal do Paga Nada atingiu o seu objetivo de uma eleição com Quórum e, é claro, uma grande vitória eleitoral. É desanimador ver pessoas cantando coisas como "vote na chapa 1 para fazer revolução", sabendo que se tratam de um bando de burocratas e reformistas que só querem se agarrar a cargos, pois só acreditam no controle do Estado como forma de mudar a sociedade. É claro que o tipo de mudança que se dá é aquela em que um grupo dominante é substituído por outro, mas a estrutura de poder permanece intacta.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Piso nacional dos professores

Extraído do site: http://www.nota10.com.br/

DEPUTADO CRÍTICA AÇÃO CONTRA PISO SALARIAL DOS PROFESSORES


O deputado estadual Péricles de Mello, (PT), presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, questionou ontem (3) a atitude do governo do Paraná de entrar com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a lei federal que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.

Líder da Bancada do PT, Péricles manifestou na tribuna da Assembléia, decisão da executiva estadual do partido em apoiar de forma irrestrita a implantação do piso nacional sancionado pelo governo federal, no ano passado. “Trata-se de uma conquista história da sociedade brasileira num momento em que a educação se destaca no debate das questões nacionais. Entendemos que não se pode chegar a um desenvolvimento com justiça social se o ensino público não tiver o seu devido valor”, enfatizou o deputado. Para Péricles, a aprovação do piso salarial valoriza a carreira do professor. “Enquanto o educador não for respeitado pela sua função pedagógica, de ensinar, o ensino público ficará à margem de uma melhoria real no país”, defendeu.

A lei federal 11.738, de julho 2008, estabelece o piso de R$ 950,00, para uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. Outra diretriz da lei permite aos professores utilizarem 33% desse tempo em atividades complementares fora da sala de aula.

O deputado sinalizou ainda que o piso nacional cria um padrão básico de qualidade para o ensino público, atingindo professores em todos os municípios brasileiros. “Estranhamos que o governo do Paraná assine, com outros estados, a Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a unificação do piso nacional do professores de escolas públicas”, questionou Péricles, que pretende defender com o governador Roberto Requião (PMDB) a retirada da assinatura do Paraná na ação.

Ou outros estados que assinaram a Adin, foram Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Ceará.


COMENTO: Essa é uma questão delicada, pois é óbvio que uma educação de qualidade passa por um magistério com salário digno. O problema está em que o governo federal parece estar naquela velha história de fazer "caridade com o chapéu alheio". Simplesmente estabelecer o piso e não dar qualquer apoio financeiro, principalmente aos estados mais pobres para que possam ter condições de fazer isso mostra bem a demagogia por trás do ato. É evidente que os professores devem ter um salário justo, mas também é claro que alguns estados e municípios não tem condições de dar esses salários sem uma ajuda financeira do governo federal, que deveria fazer parte da política educacional de quem se diz disposto a promover a educação no país. As palavras do deputado petista acima precisavam vir acompanhadas de deciões práticas para que não se tornem pura demagogia com o dinheiro alheio.